terça-feira, 9 de outubro de 2012

Não é o infinito.



Afirmar o fim da escrita para quem escreve
é como negar a incompletude da vida.
Voltar a expor meus sentimentos aqui
é perceber como senti falta de mim.
Tempos inconstantes te dão bagagem,
mas só o que fica registrado é verdadeiro
por isso não te apago com o toque dos dedos.
Meu caos toma forma, meu coração se fecha
e o passado assombra como lua cheia.
Ninguém consegue dormir sem
saudade, dúvida ou cansaço.
E eu, sozinha no meu quarto,
procuro algum retrato
que você não me deu.
Não. Nada.
Mas hoje eu acordei em paz
aquela que aparece no espaço entre o silêncio e a resposta,
pois o vento anunciou minhas convicções finitas
e me lembrou de uma época de travessia.
Enveredar-se pela vida deve ser isso
Sou eu
És tu
e, do outro lado,
Seremos nós.

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