terça-feira, 28 de setembro de 2010

Dia de prova.




É possível perceber a falha através do olhar culpado de uma inocente atitude? Ajo com a melhor das intenções, apesar de não parecer. A falha não é intencional. Juro. Ah, se você soubesse o quanto eu penso, o quanto eu analiso antes de agir...e o quanto eu fico puta por dar tudo errado após tanta preparação. Não,não me venha com esse papo: "Faça sem pensar, siga seu coração." Hahaha, já passei da idade de ter emoções fortes.
O que eu quero provar para você? Que sobrevivo sem revoltas? Que parei de questionar? Que ainda sou difícil de compreender?
O que eu quero provar pra mim? Que essa dor é física? Que ainda sei escrever? Que você ainda gosta dos meus textos?
A verdade é que eu ando tão cansada...quando acordo, quero dormir. Quando durmo, preciso acordar. O que me mata de cansaço é a falta de motivo. E eu nem preciso de grandes motivos, basta um. Que ridículo ser assim, ficar triste por não saber o que está fazendo aqui.
Não preciso ficar aqui. Não estou nem pagando pra isso. Se pagasse, ele poderia fingir que sabe algo e eu poderia fingir que aprendo o mínimo. Aliás, aprendo mais no gramado do que aqui, mas vê o lado bom...hoje está chovendo lá fora.
E eu ainda tenho prova na quarta-feira.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dias Desvairados.





Quando eu espero o trem na estação, percebo como os meus dias passam rápido nesse lugar. É comum você ouvir os paulistanos falarem da correria, da falta de tempo. Pois eu digo que em São Paulo você não tem tempo para nada. Exceto para observar a cidade.
As linhas de trem têm nome de pedras preciosas, mas só me levam para os lugares mais carentes da cidade.
O mesmo jovem que deixa o velhinho sentar no assento preferencial no metrô é o mesmo que joga a bituca de cigarro no chão depois de entrar em vigor a Lei Anti Fumo
Falam que o shopping é a praia do Paulista, mas é só dar um feriadinho prolongado que a estrada fica engarrafada a caminho da praia.
É a cidade mais cultural do Brasil...e a que tem mais prédios também
Em uma esquina, o “Bar Brama”, que só para entrar custa 60 reais. Na outra esquina, a “Casa da Mortadela”, onde o prato mais caro não passa de 20.
Show de graça na Paulista e não tem mais ingresso 5 horas antes do espetáculo. Teatro com a peça do Fagundes por 100 reais esgotou no primeiro dia.
Tem roda de capoeira na frente de uma Galeria de ROCK.
A avenida mais famosa da cidade, tem o nome mais simples do mundo.
A cidade tem 456 anos e a sua Universidade só 76 anos.
E então, quando eu pego o metrô na linha verde, para pular para a linha azul e correr até a linha vermelha para pegar meu trem na linha turquesa, nesse aglomerado de cores, de pessoas, de climas, de segredos, de realidade, eu percebo como eu começo a não reparar mais tanto assim.
De visitante assustada, eu agora sou paulistana agitada.
E nesse ritmo de contradições, eu me sinto em casa.
Agora, São Paulo, eu passeio na tua garoa.
Agora, São Paulo, eu posso te curtir numa boa.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Tem que ir.





Quando eu morar na Bahia
eu faço uma música pra você.
Aí, eu vou passar em uma praça agitada
e ver meninas com saias coloridas
vou chegar no muro com a cara do Lobato
e ver meninos sem chinelo
Vou até a praia
e verei casais fazendo amor sem perceber.
Eu vou voltar do trabalho toda atarefada
e chegarei em casa cansada
Ainda vou ter uma louça pra lavar
e uma criança para ninar.
e mesmo assim,
eu ainda escrevo algo pra você.
e pra você e pra você e pra você.
Vixi! Esqueci minha caneta e meu papel e minha doença
esqueci de compartilhar a felicidade alheia
esqueci de te deixar. que pena.
E o sol anda perfeito demais
e os meus olhos estão bonitos
Soltei o cabelo só pra ver ele voar
E no final do dia,
eu escuto a voz mansinha
a coberta fininha
e espero a minha cama
virar mar.

domingo, 5 de setembro de 2010

Antologia primaveril II




"Um beijo, flor do asfalto"
Já esqueci o que posso ou não posso esconder.
Você colocou aquela música para tocar
e fez das minhas costas, sua obra de arte.
Talvez eu deva me apaixonar
Acordar e escutar sinos de igreja
"-Porque o nosso amor nasce de novo a cada noite igual a essa."
o tempo não precisa mais passar.
ele pode parar.
Minha saída
É esperar.
E falar: “Você sempre soube, querido"
Você se apega a contos infantis
E chora ao ler uma frase feita de açúcar.
Eu só queria um mar na minha frente
Jogar fios do meu cabelo
Como colares para Iemanjá.
Fazer uma arte. Fazer um pouco de vida.
Vozes angelicais me fazem companhia
O sertão é amaldiçoado
Fiz as pazes com Deus
Apesar de tudo isso,
Eu quero amar mesmo assim.