domingo, 19 de junho de 2011

Atrás do arco-íris.




Muitas poesias foram perdidas durante este tempo.
Lembro que foi numa manhã fria de terça-feira, dessas que o vento dança por entre os prédios da famosa Avenida e se misturam no trânsito caótico da cidade que respirei fundo.
Uma profundidade irreconhecível após tantas tentativas de ar.
Ali comecei a tentar escrever sobre a mudança que é deixar de viver só com o pensamento e pisar no chão com sapatos sem cadarços.
Mas eu não consegui.
Tudo me pareceu tão óbvio.
Essa mania de se mostrar forte quando a fragilidade não é uma doença. A triste forma de usar palavras fortes quando o silêncio faz muito melhor esse papel. A inútil maneira de achar que o texto alivia quanto teoricamente só faz instigar.
Amputei-me de qualquer tristeza ao escolher o lado preto e branco da vida. Tudo parece mais rígido e eu me sinto mais cansada do que nunca com o meu relógio de marca...
mas não reclamo.
Minha satisfação é plena e eu a sinto com as mãos. Minha insatisfação é imperceptível e dura até meu despertador desligar.
Porém,
meus abraços ainda duram mais de cinco segundos, eu abro um sorriso quando vejo o dia surgindo no domingo, me surpreendo com o desânimo de Drummond e olho atenta para o braço do violão no começo de música bonita.

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