sexta-feira, 20 de maio de 2011

vai fazer tempo.



Eu gosto quando chega o inverno e sua boca fica mais vermelha do que o normal, a pele fica pálida devido a falta de sono e suas unhas nunca estão bonitas,
mas eu começo a gostar de você mesmo assim.
Levantar todos os dias apesar de todo o frio, todo espirro e de todo o trânsito e a reparar em céu mais limpo, em traços mais infantis, em escritos bonitos, como se a única preocupação fosse não chegar atrasada,
mas eu já ganhei o direito a alguns minutinhos a mais na cama quentinha.
Sei que as coisas adormecidas quando acordadas podem te dar um arrepio, desses que você tem quando a coberta cai nos pés da cama às três da manhã,
mas minha preguiça sumiu com a idade e eu levanto e me cubro de novo.
Não saio daqui enquanto não me acostumar com a arte das ruas e cobertores pelos corredores
enquanto eu não me embriagar buscando a vida em noite de quinta-feira a preço de moeda de troco
enquanto o meu lar não existir.
E até lá, te observo de longe, sempre tão apressada, com a música violada nos ouvidos.

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