domingo, 24 de abril de 2011

Laços desfeitos.




Será que eu me acostumaria a ter raízes em apenas um lugar?
Acostumada a ouvir insultos por ser egoísta começo a aceitar esse meu jeito medroso de não querer me depender de ninguém.
Passei boa parte da minha vida não tendo domingos na casa da vó
nem dia das crianças com primos.
Como eu faço para mudar essa visão limitada de que eu consigo viver só, sem um sorriso infantil por perto ou alguém para me contar histórias de minha infância?
Sinto que perdi minhas raízes a partir do momento em que resolvi voltar para minha terra natal.
Contraditório, não?
O fato é que não sei se sinto inveja ou alívio.
Eu já esqueci essa coisa de sentir saudade e aceito a morte como algo inevitável.
Não vivi o suficiente para ter o amor assim: estampado, registrado, explícito.
Talvez só quando eu ver as crianças crescerem.
Crianças essas que nem lembrarão um dia de mim.

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