quinta-feira, 29 de julho de 2010

Hoje.




Hoje eu só quero ouvir músicas com letras complicadas em uma língua conhecida, mas pouco explorada.
Imaginar uma vida com aventuras machucantes.
Perceber que posso tocar a mão do Diabo e conversar com Deus.
Não usar tantos verbos infinitivos.
Não coincidir.
Dormir olhando para olhos quase fechados esperando palavras confusas e simples.
Hoje eu só queria cantar. Bem baixinho.
Mas eu preciso de um violão. Quem sabe assim a gente até não grava alguma coisa.
Lê aquele seu texto em voz alta.
Faz uma arte. Faz um pouco de vida.
Beber qualquer bebida amarga só para ver as sobrancelhas juntas juntamente com os sorrisos largos.
Eu grito de tanto amor por alguéns.
Sabe, é a minha última noite aqui.
Aproveita e fala tudo o que você quiser. Me ajuda.
Faz de conta que a madrugada é infinita.
O não desejo foi engolido na paisagem bonita de um passado espantoso.
Lua branca,
devolve meus desejos.
e leva embora a minha cruz.

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