terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dias Desvairados.





Quando eu espero o trem na estação, percebo como os meus dias passam rápido nesse lugar. É comum você ouvir os paulistanos falarem da correria, da falta de tempo. Pois eu digo que em São Paulo você não tem tempo para nada. Exceto para observar a cidade.
As linhas de trem têm nome de pedras preciosas, mas só me levam para os lugares mais carentes da cidade.
O mesmo jovem que deixa o velhinho sentar no assento preferencial no metrô é o mesmo que joga a bituca de cigarro no chão depois de entrar em vigor a Lei Anti Fumo
Falam que o shopping é a praia do Paulista, mas é só dar um feriadinho prolongado que a estrada fica engarrafada a caminho da praia.
É a cidade mais cultural do Brasil...e a que tem mais prédios também
Em uma esquina, o “Bar Brama”, que só para entrar custa 60 reais. Na outra esquina, a “Casa da Mortadela”, onde o prato mais caro não passa de 20.
Show de graça na Paulista e não tem mais ingresso 5 horas antes do espetáculo. Teatro com a peça do Fagundes por 100 reais esgotou no primeiro dia.
Tem roda de capoeira na frente de uma Galeria de ROCK.
A avenida mais famosa da cidade, tem o nome mais simples do mundo.
A cidade tem 456 anos e a sua Universidade só 76 anos.
E então, quando eu pego o metrô na linha verde, para pular para a linha azul e correr até a linha vermelha para pegar meu trem na linha turquesa, nesse aglomerado de cores, de pessoas, de climas, de segredos, de realidade, eu percebo como eu começo a não reparar mais tanto assim.
De visitante assustada, eu agora sou paulistana agitada.
E nesse ritmo de contradições, eu me sinto em casa.
Agora, São Paulo, eu passeio na tua garoa.
Agora, São Paulo, eu posso te curtir numa boa.

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