Os olhos são mais sinceros. As mãos são mais livres. O aroma é mais forte. A música é mais suave. O gosto é mais doce. É a primavera, só pode ser a primavera.
sábado, 10 de outubro de 2009
Antologia primaveril
Ela chegou medrosa e sonhadora na capital. Pensou confusa: “Liberdade? Necessidade absurda e prazerosa de ser livre, de andar, de correr, de amar nessa paulicéia louca.” Pensou em tudo isso e andou até qualquer lugar.
Acordada, ela espera no ponto de ônibus, percebe certas peculiaridades enquanto a água cai discreta, nasce um girassol quando a paz se instaura.
Depois de um tempo, queria voltar para casa. Cadê o sol? Sentia falta do sol sem brisa.
É madrugada.
De repente, ela vê os sete mares em forma de sorriso. Ela acreditava em milagres e sabia que o poeta não tem paciência
A mão dela ainda segurava a dele. “Me tira para dançar”, ela disse num sussurro quase inaudível.
E os dois dançavam sem intenção alguma, sabiam que raramente iam sentir essa dança outra vez.
Gostavam de se olhar, para ela, ele parecia um conto inacabado e inteligente, para ele, ela era como se fosse uma canção, a primeira de todas as canções. Os dois não se encontraram na hora exata e assim, tudo tinha mais sentido.
Quando percebeu, a nuca dela pedia os lábios dele e os lençóis não estavam mais no varal. A pureza é alta, mas mesmo assim, os dois machucaram a razão. Ela não usava vestido, colocara a melhor camisola. É a coragem.
Com um abraço fechado, foram amantes direitos e viveram amores esquerdos.
A alvorada nasceu e só restaram as tulipas.
Brilhantes.
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2 comentários:
"As melhores roupas
Os melhores panos
As melhores linhas
Viram colcha de retalhos.
Lembranças me aquecem à noite."
PARABÉNS POR MAIS UMA PRIMAVERA, FLOR DA INTERNET!
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